
Qual a importância de monitorar corretamente os subprodutos para evitar a contaminação dos aquíferos? Como acontece a contaminação dos solos? Como a atividade humana tem contribuído no agravamento desse impacto ambiental? Que substâncias tóxicas estamos ingerindo a partir da contaminação dos nossos aquíferos? Quais os exemplos que convivem com essa ameaça?
Qual a importância de monitorar corretamente os subprodutos para evitar a contaminação dos aquíferos?
Estamos acostumados a ver e ouvir histórias de diversas coisas sendo enterradas. Desde de coisas valiosa àquilo que não queremos mais, enterrar para resolver depois é algo muito comum. Entendendo que “jogar para baixo do tapete” é assumir que aquilo se enterra, permanece lá até um dia ser desenterrado. Seguindo esta idéia, toneladas de resíduos sólidos e milhares de substâncias tóxicas são “acomodados” diariamente no maior tapete que pisamos: o subsolo. Porém mesmo quando enterrados, os subprodutos tóxicos de nossa vida cotidiana possuem potencial para causar grande dano ambiental.
Descobertas científicas desmentem o mito de que o foi para baixo da terra ficará ali. Em termos de volume de água, os recursos hídricos do subsolo são muito mais abundantes que os da superfície. Além disso, hoje sabemos que muito longe de estar parado, nosso subsolo é dinâmico. Para cada 40 litros de água que correm dos rios para o mar, mais de 1 litro chega por baixo da terra. Parece pouco, mas isso faz com que haja troca de substâncias e produtos químicos entre os diferentes horizontes do solo. Assim se formam verdadeiros rios subterrâneos carregando os produtos mais tóxicos daquilo que enterramos para onde menos queremos.
Como acontece a contaminação dos solos?
Contaminação do subsolo, aquíferos, rios e das nossas praias são apenas alguns exemplos da poluição silenciosa sob os nossos pés. Comentaremos aqui, alguns problemas práticos resultantes do manejo e monitoramento inadequado dos subprodutos antrópicos que são enterrados no subsolo.
Provavelmente a maioria de nós já viu um encanamento danificado vazando litros de água potável que é perdida. Isso de fato representa um problema ambiental e econômico. Mas quantos de nós já parou pra pensar que não existem apenas tubulações para água potável. Na verdade esgotos e vários resíduos tóxicos são armazenados e transportados pelo subsolo. Se existe descaso nas perdas de água potável, muito menos atenção é dada aos vazamentos de efluentes de esgoto domiciliar.
Dependendo da região brasileira, cerca de 7% a 94% do esgoto produzido pode contaminar aquíferos e águas superficiais (Agência Brasil). Isso constitui um risco real à qualidade do meio-ambiente e da água que bebemos!
Como a atividade humana tem contribuído no agravamento desse impacto ambiental?
Instalações industriais e comerciais mal planejadas ou manejadas constituem adicional risco especialmente em zonas urbanas. A animação a seguir ilustra como ocorre a dispersão de compostos orgânicos tóxicos (BETEX) em vazamento de postos de gasolinas.
Todos os compostos desta mistura são conhecidos por sua facilidade de acumular nos tecidos do corpo humano. Estes compostos causam toxicidade e mutação celular, envelhecimento precoce e câncer, entre outros efeitos. Note como uma fonte pontual pode causar uma pluma de contaminação regional que se propaga em várias direções. Eventualmente atingirá uma fonte de água potável da comunidade ou o rio mais próximo.
Um estudo publicado na “Toxicology Letters” investigou o destino de produtos fármacos e de cosméticos de vários países. A conclusão do estudo foi que: os corpos hídricos subterrâneos constituem a mais importante via de introdução de medicamentos nas águas que bebemos. Isso porque nossos sistemas de tratamento de esgotos não estão preparados para lidar com não metabolizado que descartamos inapropriadamente. Estes produtos infiltram no subsolo com a água da chuva, e retornam para as fontes de água que julgamos descontaminadas.
Que substâncias estamos ingerindo a partir da contaminação dos nossos aquíferos?
Entre os produtos que se acumulam nas águas sub-superficiais até bebermos novamente estão: hormônios femininos e drogas antialérgicas, antibióticas, anti-inflamatórias e até mesmo antidepressivos e antiepiléticos. Hoje temos alguma idéia do mal que estas micro-dosagens podem fazer a longo prazo em nós humanos. Mas ainda estamos longe de imaginar o dano que fazem aos organismos aquáticos. A única coisa que sabemos é que por viverem imersos na água, organismos aquáticos são mais sensíveis à contaminação ambiental. Diferente de nós seres terrestres, que bebemos apenas alguns copos por dia.
Um último exemplo de descaso com o enterramos vêm dos lixões e aterros mal construídos Principalmente quando são alocados perto de praias e zonas costeiras. Nestas áreas, além da dinâmica do fluxo de água dos aquíferos, exista a dinâmica do fluxo de água do mar.
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O nível de água nestes aquíferos pode variar com a maré. Isso provoca uma lavagem sucessiva de todos os contaminantes que estejam presentes nos sedimentos costeiros. A entrada de água salgada também provê uma variedade de íons que solubiliza diversos tipos de contaminantes, especialmente metais pesados.
Quais os exemplos que convivem com essa ameaça?
Hoje, os aterros costeiros são mais protegidos, mas por outro lado a quantidade de material tóxico aterrado é muito maior. Milhares toneladas de metais pesados e substâncias tóxicas são enterrados nas zonas costeiras da Inglaterra. Segundo dados da agência ambiental inglesa, somente em Londres são mais de 7.200 de toneladas todos os anos. Lá o nível do mar está subindo cerca de 9 mm por ano. Isso significa o avanço da água salgada subterrânea, maior erosão das ondas, e consequente maior remobilização de contaminantes.
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No Brasil, nossos aquíferos e subsolo não são lixeiras! Pelo contrário, são compartimentos ambientais que influenciam diretamente na qualidade das águas superficiais e nossa vida diária. A consideração dos diferentes aspectos da contaminação ambiental e soluções para o manejo de resíduos potencialmente poluentes é fundamental. Por isso a formação de recursos humanos capacitados para entender e monitorar o ambiente é tão importante. Quer saber como o PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS pode te qualificar neste setor? Torne-se um profissional de excelência na área de resíduos sólidos e aproveite todas as oportunidades do mercado.
Autor: Anderson Abel de Souza Machado (PhD Candidate )
EACEA Science for management of rivers and their tidal systems (Freie Universität Berlin, Queen Mary University of London, University of Trento)
Via Mesiano, 77 I-38123 Trento, Italy
Guest Researcher
Leibniz-Institute of Freshwater Ecology and Inland Fisheries (IGB)
Müggelseedamm 310, 12587 Berlin – Germany
Palavras chave: aquífero guarani impactos ambientais; poluição das águas subterrâneas; problemas ambientais no aquífero guarani; contaminação das águas subterrâneas; como evitar a contaminação das águas subterrâneas; impactos ambientais aquíferos; poluição das águas superficiais; o que contamina o aquífero guarani.