Implementação da Coleta Seletiva. A coleta seletiva é uma prática fundamental para a gestão adequada dos resíduos sólidos e representa uma oportunidade valiosa para a promoção da sustentabilidade ambiental. Enquanto a coleta mista, onde todos os resíduos são recolhidos juntos, pode ser prática e econômica, ela apresenta diversos problemas em relação ao tratamento e destino final dos materiais. A implementação da coleta seletiva é essencial para a gestão adequada dos resíduos sólidos e a promoção da sustentabilidade ambiental.
Um dos principais problemas da coleta mista é a dificuldade de separar os resíduos recicláveis dos rejeitos, o que resulta em uma grande quantidade de materiais potencialmente recicláveis sendo descartados em aterros sanitários ou incinerados. Isso não apenas desperdiça recursos valiosos, mas também contribui para a poluição do solo e da água, aumentando a degradação ambiental.
Por outro lado, a coleta seletiva possibilita a separação prévia dos resíduos recicláveis, permitindo que sejam destinados para processos de reciclagem adequados. Essa prática reduz significativamente a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários, prolongando a vida útil desses locais e reduzindo os impactos negativos ao meio ambiente. Além disso, a coleta seletiva cria oportunidades econômicas e sociais. Ao reciclar materiais, é possível gerar empregos em atividades de triagem, processamento e venda de materiais reciclados. Essa prática também contribui para a redução do consumo de recursos naturais e a diminuição da emissão de gases de efeito estufa.
Quais são as principais etapas para implementação da Coleta Seletiva?
O Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome desenvolveu uma cartilha sobre a implantação da Coleta Seletiva Solidária. De acordo com o Decreto 5.940/06, institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos federais.Então, para facilitar a implantação da coleta seletiva pelos diferentes órgãos, sejam eles das esferas federais, estaduais e municipais. De certo, elencamos as etapas do guia com as principais etapas para implementação da Coleta Seletiva.
1º Passo – Formar uma Comissão da Coleta Seletiva
Segundo a cartilha, para implementar a coleta, primeiramente os órgãos e instituições devem formar uma Comissão da Coleta Seletiva. Assim, a comissão deve ser formada por servidores que se interessem pelo tema. Bem como ter a participação das mais diversas áreas do órgão. Dessa forma, a comissão será a responsável pelo planejamento da implantação e monitoramento da Coleta Seletiva. E finalmente, é também de responsabilidade da comissão a interlocução com a organização de catadores. O processo de implementação da coleta seletiva requer o engajamento e conscientização da população, além do apoio das autoridades locais.
2º Passo – Diagnóstico dos resíduos gerados
Após formada a Comissão, esta deverá realizar um levantamento de dados sobre a gestão dos resíduos no local de trabalho. Buscando assim conhecer todos os tipos e quantidades de resíduos gerados. Além das quantidades e tipos, o diagnóstico deve identificar os locais dos equipamentos geradores de resíduos utilizados. Ou seja, onde se estão alocadas as máquinas fotocopiadoras, impressoras, etc. A fim de entender como funciona a logística interna de recolhimento pelos empregados dos serviços gerais. Em outras palavras, como e onde o lixo é acondicionado e recolhido e se há algum sistema de recolhimento e destinação de recicláveis já implantado.
3º Passo – Diagnóstico da aquisição de recursos
É importante identificar os recursos gastos na compra de materiais de consumo, tais como: papéis brancos, material de escritório, etc. A fim de avaliar o comprometimento ambiental dos fabricantes e possibilidades de redução na compra após a implantação do programa. A coleta seletiva possibilita a separação prévia dos materiais recicláveis, reduzindo o volume de resíduos destinados a aterros sanitários.
4º Passo – Quem fará a coleta dos resíduos segregados?
A comissão deve identificar ainda quais cooperativas ou associações têm interesse e capacidade de coletar os materiais selecionados. Assim, o levantamento das organizações de catadores ajuda a identificar os tipos de recicláveis mais valiosos para o mercado local. No caso dos órgãos federais, o diagnóstico deve incluir a identificação das cooperativas de catadores que atendem aos critérios do Decreto 5.940/06.As cooperativas e associações selecionadas devem:
- Estar formal e exclusivamente constituída por catadores de materiais recicláveis que tenham a catação como forma única de renda;
- Não possuir fins lucrativos;
- Possuir infraestrutura para realizar a triagem e a classificação dos resíduos recicláveis descartados; e
- Possuir sistema de rateio entre os associados e cooperados.
Alguns órgãos e instituições, entretanto, podem encontrar dificuldades por não haver em suas cidades cooperativa ou associação de catadores. Nesses casos recomendamos que haja um engajamento do poder público para financiar os catadores autônomos, tanto tecnicamente como financeiramente. Para que estes formem cooperativas capazes de recolher os resíduos gerados. Outra alternativa é o acordo setorial entre órgãos públicos e privados visando dar a destinação ambientalmente adequada dos resíduos. Programas de educação ambiental são importantes para informar a população sobre a importância da coleta seletiva e como participar ativamente do processo.
5º Passo – Planejamento
Depois de realizado o levantamento de dados deve ser definida a logística da coleta seletiva a ser implantada no órgão. Ou seja, planejar a sua operacionalização que deve-se considerar os dados levantados como os locais disponíveis para armazenamento. Além dos recursos disponíveis para aquisição de coletores de recicláveis e contêineres e a capacidade de coleta das cooperativas. Bem como os tipos de materiais negociados no mercado local, e definir quais serão os materiais a serem separados.A logística da coleta inclui ainda:
- Estabelecer o fluxo, forma e frequência de recolhimento interno dos materiais recicláveis;
- Prever a forma e local de armazenamento do material reciclável até que seja coletado;
- Definir locais para a disposição de coletores para recolhimento de materiais, como por exemplo, mesas de trabalho, ilhas de impressão, máquinas fotocopiadoras, recepção e copa, e demais locais geradores de materiais recicláveis e fluxo de pessoas;
- Estabelecer tarefas específicas e rotinas necessárias nas diversas etapas da operacionalização do projeto. Tais como: recolhimento interno, armazenamento, pesagem, controle, entrega dos materiais e coleta dos recicláveis.
A comissão deve elaborar um cronograma de implantação e providenciar os equipamentos e materiais necessários para operacionalizar a coleta seletiva. A saber: sacos plásticos ou coletores em cores diferenciadas, cestas/caixas de coleta de papel, coletores de copos descartáveis. Bem como, fragmentadora de papéis sigilosos e balança para a pesagem do material, dentre outros. A cooperação entre a iniciativa privada, o poder público e organizações da sociedade civil é crucial para viabilizar a coleta seletiva em larga escala.
6º Passo – Educação Ambiental
Outra atividade importante que deve ser realizada no momento da efetiva implantação da coleta, que ocorre com a distribuição de coletores e contêineres é a sensibilização dos servidores.Portanto, o planejamento deve ser cuidadoso, prevendo materiais educativos e de comunicação para os servidores, além de atividades educativas tais como: mostras de vídeo, depoimentos de catadores e de funcionários de outros órgãos com experiência na coleta seletiva, visitas a cooperativas de catadores e aterros sanitários, concursos culturais e palestras sobre o tema.
7º Passo – Controle e Avaliação
Após a implementação devem ser feitas vistorias e avaliações periódicas para verificação do cumprimento das rotinas estabelecidas. Tanto para a seleção, como coleta e destinação dos materiais. Observando assim os procedimentos requeridos para garantir o sigilo dos documentos e também verificando eventuais focos de desperdícios. A implementação da coleta seletiva contribui para a geração de empregos na cadeia de reciclagem e promove a economia circular.É necessário também elaborar instrumentos de controle e registro de pesagem do material coletado. Pode ser uma planilha simples, com data, as quantidades de recicláveis em kg e o responsável pelo registro das informações.A comissão deve se reunir mensalmente para realizar a avaliação da coleta identificando os facilitadores e dificultadores do processo. A fim de reformular as estratégias e redirecionamento das ações quando necessário.
Veja em um exemplo da implantação de coleta seletiva sem custos ao Município no vídeo abaixo:
A coleta seletiva é um passo importante para o cumprimento de metas e compromissos relacionados à sustentabilidade e ao desenvolvimento sustentável.. Ao promover a implementação da coleta seletiva, as cidades e comunidades se tornam mais resilientes e responsáveis em relação ao manejo dos resíduos sólidos. A implementação da coleta seletiva requer planejamento e investimentos, mas traz benefícios significativos para o meio ambiente e a sociedade.